terça-feira, 19 de julho de 2016

CHEK-LIST DO FRIO EM URUPEMA (-7°)


Geada em Urupema, -7°, julho de 2016



Meia-calça (OK);
Camisete segunda pele térmica por dentro da meia-calça (OK);
Calça segunda pele térmica (OK);
Blusa térmica por dentro da calça segunda pele térmica (OK);
Meias térmicas por cima da calça segunda pele (OK);
Calça de pelúcia e térmica (OK);
Outra blusa térmica por dentro da calça de pelúcia e térmica (OK);
Casaco térmico e com capuz (OK);
A criatura lembra que precisa fazer xixi de novo (VONTADE DE CHORAR...)








terça-feira, 21 de junho de 2016

O frio



 

            A tarde fria perde mais calor do que o fogão a lenha pode propiciar.
            A amizade é um bom combustível, aquece corpo e alma.
            Enquanto os amigos se acomodam em torno do fogão, descasco as maçãs para o chá e panquecas.
            A conversa agradável para em função do perfume que emana da panela de vidro, que permite ver a dança entre as cascas de maçã, pedaços de gengibre e rolinhos de canela no chá quase pronto.
            Levo à mesa as panquecas empilhadas, as maçãs à brunoise perfumadas com limão siciliano e termino a trufa.
            O silêncio só é quebrado pelo delicado barulho da fonte.
            Esqueço o frio de fora. É intenso o calor na cozinha.



Crônica feita na Oficina de Crônica de Saulo Adami em Brusque, 4 de junho de 2016.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Tiradas da VOVÓ - 15 de junho de 2016






Minha pequenina...
Desta vez não pude te amparar nos braços e sussurrar em teu ouvido que tudo ficaria bem para ouvir tua resposta: ”Confio em ti, se tu me dizes, eu acredito”.
Mas fiz todo o possível para que estivesses bem assistida e sem sofrimento. Levaram-se muitas horas para que, enfim, pudesses ser hospitalizada e lá, apesar de tua idade, ficaste privada de qualquer conforto em uma cadeira e depois em uma maca gelada e dura. Quando se está doente, o que mais se quer é uma cama quentinha para se sentir acolhido. Tudo o que não pude te dar... Os médicos, que não te conhecem, insistiram em crer que estavas partindo. Pior do que não ter diagnóstico e supor tua morte, foi tentar tirar de mim a esperança de te beijar as faces rosadas de novo. Mas eles não te conhecem, não sabem de tua força e supuseram, erroneamente, que tua idade, para eles avançada, seria motivo suficiente para te fazer desistir de tua missão na terra. E eu pedi aos nossos mentores, a minha egrégora de cura, que ficassem contigo e que te amparassem, sendo nesta ou em qualquer outra dimensão, afinal, a morte é só uma passagem. E eu te sentia tão viva!
Ao entrar no quarto em que estavas no hospital, pois os médicos não quiseram te colocar na UTI esperando tua morte, vi que estavas bem. Falei às pessoas que estavas bem. Claro que, entre acreditar em mim e nos médicos, preferiram acreditar neles. Chegaram ao cúmulo de levar um padre para te dar a extrema unção. Pessoas sem FÉ... Até porque, se um ser é pérfido a vida inteira, não é um padre e a extrema unção que vai fazer a criatura entrar no ‘céu’... E tu não precisas disto, bem sabes... Ficamos em vigília, nos unimos em oração. Ao saber que havias mordido uma enfermeira e chutado outra por conta de algum procedimento que não querias fazer, pensei, ela está ótima. Pediste para voltar para casa. Quando disseste a outra que irias sair pelo lado da cama, passar aqui e acolá, pam pam pam pam, e apontaste para a porta dizendo que sairias por ali, tive a certeza de que a tinha recuperado, afinal, é preciso estar bem VIVA para traçar um plano de fuga!